TEMPERATURA DO CORPO

O ser humano é homeotérmico, isto é, possui a capacidade de manter a temperatura corporal dentro de uma faixa razoavelmente estreita – em torno de […]

O ser humano é homeotérmico, isto é, possui a capacidade de manter a temperatura corporal dentro de uma faixa razoavelmente estreita – em torno de 36,5 °C –, apesar das variações térmicas do ambiente. O equilíbrio térmico é conseguido por meio do balanço entre a perda e a produção ou aquisição de calor.

Parte da energia liberada pelo funcionamento normal dos órgãos internos e pelos músculos durante a atividade física é energia térmica (calor). Uma pessoa em repouso libera a cada segundo uma quantidade de calor correspondente a cerca de 90 joules. Ao se praticar exercícios, a velocidade de produção de calor pelos músculos aumenta em função da intensidade do exercício e torna-se, transitoriamente, maior que a velocidade de dissipação dessa energia.

O primeiro meio utilizado para remover esse excesso de calor dos músculos é a sua transferência, por condução, para o sangue. Desta maneira, grande parte dessa energia térmica é transferida para o resto do organismo pela circulação. Quando isso ocorre, a temperatura interna como um todo começa a se elevar, desencadeando reflexos fisiológicos que promovem um aumento da transferência do calor interno para a pele e desta para o meio ambiente.

Estando o ambiente externo a uma temperatura mais baixa que a temperatura corporal, há três mecanismos básicos pelos quais se dá a perda de calor para o ambiente: condução, irradiação e, caso a temperatura da pele atinja 37,0 °C, a transpiração.

A transpiração faz uso do alto calor de vaporização da água (580 cal/g a 37°C) para retirar quantidades apreciáveis de calor do corpo – o calor latente de vaporização da água é 540 cal/g no ponto de ebulição, mas a temperaturas mais baixas ele é significativamente maior, dado que as energias de ligação entre as moléculas de água são maiores nessas condições.

A fim de analisar a evolução da temperatura corporal durante atividades físicas, alunas da 3ª série do ensino médio do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, CAp-UFRJ, fizeram uma série de exercícios e, usando um termômetro digital desenvolvido por elas e um programa específico de computador, mediram suas temperaturas praticamente a cada instante. Com um frequencimeto comercial posto na altura do peito, os batimentos cardíacos das estudantes também foram medidos. Dos dados obtidos, elas traçaram gráficos que ilustram o comportamento regulatório do corpo.

Os resultados mostraram que a temperatura começa estável e aumenta progressivamente à medida que a atividade física vai ficando mais intensa. A fase em que os exercícios são mais pesados corresponde à temperatura mais alta alcançada, em torno de 37,5 °C – devido à transpiração, a temperatura se estabiliza neste patamar mesmo com a continuação da atividade.

O monitoramento da freqüência cardíaca no mesmo período mostra uma repetição do comportamento observado para a temperatura, com algumas pequenas diferenças. No começo dos exercícios quase não há variação na freqüência cardíaca, mas quando o ritmo da atividade acelera, os batimentos sobem bastante.

Nos gráficos fica bem nítida a correlação entre temperatura e freqüência cardíaca. Quando os batimentos estão baixos (entre 80 e 100 batimentos por minuto) a temperatura não varia nem um grau Celsius, pois quase não há mudanças na freqüência. Já quando há um aumento grande da freqüência, a temperatura também fica muito mais alta.

 

 


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