OS QUE HERDARÃO A TERRA

Há tanto que ser mudado, se quisermos construir o mundo melhor que é necessidade imperiosa de nossas consciências, neste limiar da Nova Era… Códigos, instituições, […]

Há tanto que ser mudado, se quisermos construir o mundo melhor que é necessidade imperiosa de nossas consciências, neste limiar da Nova Era…

Códigos, instituições, relacionamentos,a produção e distribuição dos bens da Terra, a educação, a perspectiva da ciência, a religiosidade, as artes curativas, a política,as artes…

Tanto a ser mudado – e talvez um único fator, uma chave mágica nos daria entrada nesse mundo novo – cujo território, afinal, jaz no interior de nossas consciências, sendo o mundo lá fora mero reflexo.
Essa pequena chave de acesso chama-se “respeito à Vida”.
Não há uma única miséria, violência,desonestidade,injustiça,desiquilíbrio individual ou coletivo,neste planeta, que não resulte da ausência, em qualquer grau, desse valor essencial; começando pelo respeito incondicional ao ser humano – qualquer ser humano, seja como ou qual for – e estendendo-se a todas as formas de vida.
Não nos foi ensinado, desde que nascemos, que a Vida é sagrada, e divinos todos os seres. Por isso, por nossa falta de revêrencia ao divino que habita todas as formas, podemos passar indiferentes por um ser divino jogado na calçada, podemos conviver com a existência de crianças com fome e velhos desampardos – todos divinos; admitimos a guerra, a pobreza e a desigualdade, a destruição da Terra e de seus filhos menores.

Em suma: assistimos inertes ao desrespeito à Vida.

A Vida, a Vida Divina, chama sagrada que anima a todos os entes,não é objeto de nossa reverência, respeito e amor. Inútéis serão todas as religiões, rituais e crenças, enquanto não ensinarem a humanidade a vivenciar essa suprema verdade.
Por trás de coisas a priori tão diversas, como um plantador de arroz envenenando flora e fauna com seus pesticídas, indústrias jogando metais pesados na água que vamos beber, um motorista que ignora um idoso no ponto de ônibus,um traficante com drogas à porta de uma escola, um carroceiro que espanca seu cavalo, um jovem que mata os pais, pais que matam filhos, um político corrupto desviando verbas sociais, a mutilação e matança dos jovens nos matadouros das guerras e dos animais nos matadouros civis – uma única e verdadeira causa: nós não respeitamos a vida. Ela não é para nós um valor supremo (só nos textos).
Sua sacralidade não basta para deter a mão dos torturadores, paralisar os linchadores, inibir os violentos, coibir os assassinos passionais. Por que?
Ninguém ensinou aos maridos homicidas que não são donos da vida; nem aos adolescentes violentos pela miséria que uma vida vale mais que um par de tênis alheio. Por que?
Porque nós, coletivamente, não respeitamos essa vida, de modo incondicional. E enquanto permanecemos na ilusão de que se pode pedir paz e exigir segurança num mundo sem esse respeito essencial, enquanto admitirmos a crueldade e a destruição de qualquer forma de vida inocente, tudo que fizermos será incapaz de mudar verdadeiramente o mundo.
A única argamassa definitiva capaz de cimentar a construção desse Mundo Melhor será a consolidação, na consciência coletiva, desse princípio simples e difícil: A Vida é Sagrada. Um único artigo. Sem parágrafos. Sem exceções.
Para as criaturas de boa vontade, que sinceramente desejam colocar-se no rol dos servidores da Vida, dos seres mansos e pacíficos – únicos que poderão renascer, dentro em breve, neste planetinha – há uma perplexidade: por onde começar? São tão vastas as mudanças requeridas, de atitudes, comportamentos e hábitos! O que pode fazer um único ser humano, no âmbito de sua singela vida ?
Há uma sugestão simples, concreta e acessível, e contudo de alcance inimaginável: pare de matar (ou, retire a procuração para que o façam por você).
Como? Você seria incapaz disso?
Confira, por favor, no seu prato de cada dia.
Se há seres animais sendo mortos para se transformarem em sua refeição – sendo isso, como é, tão desnecessário quanto nocivo á saúde – evidentemente o respeito á Vida não senta á mesa junto com você.
Não existem vidas maiores ou menores: existe a Vida.
E onde existe sensibilidade à dor e aos sofrimentos, causá-los é incorrer no pior de todo os carmas: o da crueldade.
Há uma atitude individual concreta, possível e infinitamente poderosa, por seu alcance, em qualque um de nós, que se diga consciente da Lei Evolutiva, pode tomar para iniciar hoje a transformação deste mundo violento e biocida num outro, pacífico e fraterno: respeitar a Vida. Começando por defender o direito à vida de todos os seres indefesos do planeta, suspendendo a matança daqueles que a humanidade intitula indevidamente de comida.
Podemos ensinar a nossos filhos o respeito incondicional a todas as vidas; podemos ensiná-los a respeitar e amar pássaros,insetos,gatos e cachorros,baleias,tartarugas-marinhas,golfinhos e micos-leões dourados; mas não podemos desmentir isso quando nós sentamos à mesa. Não podemos amar e matar, respeitar e destruir ao mesmo tempo.E se a nossa reverência à Vida for genuína, será contagiosa. E uma criança nossa defenderar um caracol de ser pisado, levará gentilmente um inseto perdido até a janela – e nunca, nunca, nunca, poderá ferir nenhum ser humano. Como nunca admitiu ou viu admitir que nenhum ser vivo fosse ferido.
Utopia? Não. Existem crianças que foram criadas assim.
Se houvesse mais, nós poderíamos sair tranqüilos pelas ruas à noite.
Se houvesse muitas mais, seria impossível a qualquer demente com poder levar pessoas à guerra(aliás, não haveria dementes no poder). E se elas fossem a totalidade das crianças da Terra, este já seria aquele Mundo Melhor.


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