HABITAÇÃO E BIOCONSTRUÇÃO

Edificações – Habitações sustentáveis A permacultura trata das questões ligadas a abrigo, casa, estruturas de apoio, etc., da mesma maneira como outros fatores ou necessidades, […]

bioconstrucaoEdificações – Habitações sustentáveis

A permacultura trata das questões ligadas a abrigo, casa, estruturas de apoio, etc., da mesma maneira como outros fatores ou necessidades, sempre buscando maior eficiência.

Para uma construção seguindo os padrões da permacultura, buscamos analisar as energias que entram no local e como estas poderão ser direcionadas a tornar mais eficientes nossas casas, galpões, oficinas, depósitos, armazéns e toda e qualquer edificação de que necessitarmos. Nossas edificações precisam de muitos serviços que podem ser aperfeiçoados com as influências naturais. A topografia, o clima, insolação, chuvas, ventos, vegetação local e qualquer outro fator natural devem ser levados em consideração.

Estes aspectos determinam as larguras de nossas paredes, altura de pé direito, tipos de piso e altura destes em relação ao chão. Para uma edificação por menor que seja sua área a ser construída, existem alguns fatores a serem considerados. Também devemos observar as finalidades de cada edificação, pensando inclusive e principalmente quanto a auto-suficiência energética. Também devemos observar fatores sociais na hora de edificar, muitos trabalhos podem e devem ser desenvolvidos sob forma de mutirão para reduzir custos, passar conhecimentos e trocar experiências e mais ainda, sociabilizar grupos através de trabalhos coletivos.

Na atualidade muitas são as residências que estão se tornando local de trabalho, isso devido ao desenvolvimento tecnológico e facilidades de comunicação, também como crescente mercado de serviços. Muitas pessoas e até família inteiras trabalham e residem na mesma estrutura física, ou seja, passam maior tempo nestes locais, dessa forma esse tempo deve ser o melhor possível, quanto conforto térmico e acústico, umidade do ar que respira-se em seus interiores. Os tipos de iluminação mais adequados e a tais locais e a atividades desenvolvidas. A forma de abastecimento de água, energia elétrica, energia térmica ou mecânica são importantes para o bom funcionamento da habitação.
A interação da casa com jardins, sanitários compostáveis, banheiros para banho de verão, horta, acessos e outros elementos externos devem ser muito bem pensados. Podemos também anexar estruturas como estufas para melhor climatizar o ambiente e facilitar o trabalho de produção de mudas, estando esta mais próxima. Varandas feitas com trepadeiras e outras plantas podem substituir telhados convencionais. Áreas de serviços podem ter banheiros de verão ladeados por plantas aquáticas ou círculos de bananas, estas vão receber as águas cinza e poderão apoiar outras estruturas como horta ou estufa – nosso abrigo deve ter o maior número possível de conexões quanto a ciclagem de efluentes. Devemos posicionar nossas estruturas de maneira a aproveitar luz natural, brisas de verão, umidade, energia solar, etc. é importante lembrar que cada região tem suas características particulares e, estas devem ser levadas em consideração, não podemos utilizar determinada técnica, método ou matérias, simplesmente por temos visito isso em outra região e acharmos interessante ou esteticamente bonita.
Muitas são as casa ou abrigos que foram construídas de forma convencional e sem levar em consideração tais fatores, neste caso pode-se fazer um planejamento para que algumas adaptações sejam realizadas de acordo com as necessidades de utilização a fim de aumentar a eficiência energética, melhorar conforto térmico e acústico, facilitar acessos entre outras. Devemos sempre respeitar aspectos inerentes a toda e qualquer obra, alguns “puxadinhos” acabam por comprometer a segurança estruturas.

Ecoconstrução – conhecimento tradicional para construção do novo
Há milhares de anos a humanidade construiu em terra crua. Esta, tão abundante em todos os continentes, sempre foi um dos principais materiais utilizados nas construções das primeiras habitações desde a Antiguidade. No Egito ou Mesopotâmia isso já ocorria de forma intensa. Na Europa as civilizações Romanas, na Ásia os Muçulmanos ou os Monges na China utilizavam a terra crua como matéria prima para erguer seus aglomerados habitacionais, assim surgindo os primeiros povoados. Com tal material as mais diversas civilizações antigas ergueram cidades inteiras – umas das primeiras que se tem registro histórico é Jericó, construída há séculos. Até hoje ainda existe continuidade na utilização deste material em construções nos diversos continentes ou regiões do planeta.

Algumas técnicas

Taipa de pilão
A terra é compactada dentro de formas laterais de acordo com as medidas desejadas. Tal técnica já foi utilizada há séculos em inúmeras civilizações, comunidades e sociedades antigas, algumas até hoje mantém este tipo de construção, seja por ausência de poder econômico ou de material e até mesmo pela tradição de determinados povos que conseguiram manter sua cultura em alguns aspectos.
Super adobe
É uma técnica mais recente e propicia a construção de paredes portantes ou divisórias, estas ficam com espessura variando entre 45 cm e 60 cm, dependendo dos materiais utilizados, da função e do tipo de revestimento. Em virtude da utilização da terra o super adobe oferece melhor conforto térmico em relação a uso de materiais convencionais, além de maior economia.
Tijolos de adobe
Palavra Árabe ou Berbere – assimilada em espanhol e português, depois repassada as Américas onde foi adaptada para o inglês. Designa Tijolo de Terra Crua preparados em moldes e secos ao sol ou sombra, de preferência na sombra. Após ser produzido é utilizado de maneira clássica para erguer paredes, abóbadas ou cúpulas.
Fardos de palha
Material encontrado na natureza ou cultivado (como arroz, trigo, centeio, etc.). A palha depois de separada do grão pode ser devolvida ao meio natural na forma de composto ou canteiros instantâneos e ainda como cobertura morta para manter a umidade do solo. Também pode ser empregada na construção civil para construção de habitações humanas sob forma de fardos como se fossem tijolos gigantes.
Ferrocimento
A técnica do ferrocimento não é tão antiga como as algumas citadas neste trabalho, porém não menos importantes. Até hoje alguns veleiros antigo em atividade têm parte de sua estrutura nesta técnica. Consiste de uma armação de vergalhão em ferro, com malhas variadas revestidas de uma tela mais fina que pode ser de plástico ou de arame de aço, rebocada com argamassa a base de cimento e areia. É de fácil construção e pode ser construída em regime de mutirão e de rápida aprendizagem. Podem ser construídos reservatórios com formas ovais ou onduladas desde que não contenham cantos. A proporção deve ser de 2 / 1 nas paredes e 3 / 1 na base e tampa em caso de reservatórios.
Telhado vivo
Quando pensamos em coberturas e telhados nas mais diversas regiões do mundo, logo nos vem na cabeça as famosas telhas de argila queimada nos mais variados modelos e tamanhos. Também aquelas de amianto e cimento comuns em algumas regiões devido ao custo bem menor em relação às de barro e ainda, por não exigirem estruturas mais fortes de madeira ou ferro como as de barro. É possível pensar em todos estes fatores e reduzir custos da obra com um tipo de cobertura “viva” são os chamados Tetos Verdes ou de Grama ou ainda, Telhado Vivo.
Rebocos naturais
O reboco é a penúltima fase de uma parede, porém em alguns casos ele não é necessário – “paredes a vista”. Devem ser muito bem feitos para que possam ficar agradavelmente visíveis aos habitantes. Rebocos têm normalmente entre 0,5 cm e 2 cm, porém em alguns casos chegam a espessuras bem maiores. Quanto mais espesso for o revestimento, maior é a chance de rachaduras, e mais tempo de mão de obra. Existem inúmeros materiais que podem ser utilizados em rebocos naturais e na mais variadas misturas. Areia, argila, esterco, serragem, lodo de açude ou lagoa, leite, cactos, cal entre outros. Em cada tipo de técnica de para paredes, podem variar tanto os materiais como a espessura, textura, finalidade e modo de aplicação dos rebocos.
Pinturas
Em algumas culturas tradicionais as cores vivas são amplamente utilizadas, símbolos são desenhados. É possível tornar a habitação uma verdadeira vitrine de experimentos desde que bem executados. Ao preparar pinturas com cal deve-se observar as proporções para que a mistura fique fluída, normalmente aplica-se mais de uma demão a fim de conseguir uma melhor textura e tons de coloração, pinturas muito grossas costumam soltar com o tempo para isso temos que cuidar controlar para não haver excesso de material sólido.

 

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